A Sabedoria de Nietzsche.

Em uma conversa reservada.

Ao silêncio da melancolia

O magnífico filósofo.

Friedrich Nietzsche.

A uma bela mulher.

Lou Andreas Salomé.

Ensinando lições de Filosofia.

A linda moça.

Perguntou a Nietzsche.

Já que é o gênio desse século.

Possivelmente de outros.

Pergunto a vossa exuberância

Qual a definição da verdade.

Nietzsche sorriu.

Como se desejasse dizer.

Uma proposição inexistente.

Mas lhe explicarei.

Pela exegese das metáforas.

Terás com certeza.

Suas significações.

Linguagem difícil.

Quase incompreensível.

Contemplou a moça.

A fascinante sabedoria.

Sou um filosofo extemporâneo.

Meus leitores ainda não nasceram.

Razão de ser incompreensível.

Estou à frente do tempo histórico.

Razão de ser considerado louco.

Motivo de explicar em metáforas.

Lou Andreas Salomé.

A verdade tão somente.

Um batalhão móvel de metáforas.

Além das nossas imaginações.

Metonímias irracionais.

Sem lógica de substancialidade.

O mundo é a ilegitimidade da linguagem.

Andreas apenas entendia.

O espírito da genialidade.

Continuava Nietzsche.

Ao sonho do desejo.

Antropomorfismos idiossincráticos.

O que poderia te revelar.

Mundos ideológicos.

A moça estupefata.

Com tamanha sapiencidade.

Pleno século XIX.

A transposição da modernidade.

O limite da Filosofia Iluminista.

A soma das relações humanas.

Em seus tempos históricos.

Refletiu Nietzsche.

Ondulações enfatizadas pela poesia.

Como arte retórica.

O que devo lhe confirmar.

Com proeminência sapiêntica.

As ilusões do mundo.

Suas sínteses culturais.

Antíteses indecifráveis.

A mais absoluta ignorância.

As leviandades dialéticas.

Ideologias metafóricas.

Enfeitadas pelo delírio.

Por uma cultura retida a perdição.

Mimeticizada pelo uso comum.

Ao longo das mediações.

Voltam ritmadas ao povo.

De uma nação.

Como algo sólido, canônico.

Verdades ilegítimas.

E quem referir como ilusões.

Será condenada a loucura.

Aos auspícios da maldição.

Lou Andreas Salomé.

As verdades são essas etimologizações.

Préstimos ao destino comum.

Das civilizações, as imponderações.

As quais esqueceram.

Que um dia foram metáforas.

Hoje obrigatoriedades.

Aos preceitos civilizatórios.

Motivo pelo qual sou desenraizado.

Não tenho ninho.

Não encontro ar para respiração.

Sinto solto no infinito.

Sem predestinação gravitacional.

Um filósofo tão somente.

A epistemologia proporcional.

As verdades esqueceram.

Que no passado foram mentiras.

Gastas por forças ideológicas.

Sem sensibilidade crítica.

Desconhecem a ausência de substancialidade.

O que te explico Andreas.

A intuição significativa.

O mundo preso à escuridão.

Metaforicamente incomparável.

Como uma moeda.

Que perdeu sua efígie.

Sendo tão somente um metal.

No entanto comercializada no mercado.

Como se tivesse com a efígie.

A venda da ilusão.

Esse é Iluminismo moderno.

Mentalidade cultural.

É como alguém cego.

Compra gato por lebre.

Enfim, a interpretação genealógica.

Tudo que está ai.

Lou Andreas Salomé.

É o enfraquecimento cultural dos povos.

Vivem as ideologias como metáforas culturais.

Quando na verdade foram tão somente.

Invenções alienadas da linguagem.

Mundo metafórico das mentiras.

Revestidas como verdades.

Esse é o atual momento do sujeito histórico.

Sem nenhuma credibilidade.

Lou Andreas Salomé.

O mundo não entende os entendimentos.

Epistemologizados.

Refiro também academicidade.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 04/06/2015
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