Intraduzibilidade traduzível

Eu não busco a verdade que é dita

Só quero aquela que é por minha alma sentida

Não verbalizo o meu verbo intraduzível

Alimento-me das incógnitas que habitam em mim

Afinal...

O que seria da mulher sem seu mundo mistério?

Oras, seria assim... viver, num lago de tédio!

Desafios são arsenais de fascínios

Que nos atiçam a habilidade de superação

Não busco preencher-me do vazio!

Não almejo viver de ilusão

Minha fragilidade aparente

Abriga uma fortaleza sempre presente

Entrelinhas que me protegem da violação

Definir o intraduzível para muitos pode ser loucura!

Para mim ,ela .vai definindo-se com o tempo

Atitudes revelam muito mais que palavras

São elas que definem o que valeu nesta jornada

Se, murcharam as flores, morreram os amores ou rolaram as lágrimas

Nada disto é motivo para ficarmos a beira da estrada!

Seduz-me ,saber que aquilo que mais é desejado:

O misterioso...

Não está por certo de todo revelado

Silencioso... percorre, dinamicamente estático

No encarceramento do nosso eu

Que fazer com as projeções do Divino por nós assimilados?

Ah, ânsia da revelação do futuro

Neste presente, fruto de um passado por vezes por nós ignorado

Assim...

Quando esta intraduzibilidade se desfaz

Valentes ganhamos asas... que mesmo quebradas

Não se negam a grandes voos...

Ana Lúcia Mendes dos Santos Sampaio-Clara Fênix

Texto publicado no Encontro de Poetas e Amigos no dia 10 /05 /2015

Clara Fênix
Enviado por Clara Fênix em 01/06/2015
Reeditado em 22/02/2016
Código do texto: T5262240
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