A mesma moeda
Ah, a nossa insipiência, teimosa, quanta,
Sempre é bem maior que a gente pensa;
Analisando friamente até me espanta,
Ao ver essa mesmice engajada, tanta,
De gente que presume fazer a diferença...
Bons valores no escuro vale onde jazem,
Depreciam esses simulacros que temos;
Viram no túmulo pois, seus nomes trazem,
uns que pensam que o mal que nos fazem,
justifica e embeleza a maldade que fazemos...
Sophia assedia mas, a ignorância não arreda,
É cascuda, não teme o chicote esse bicho;
E depois que em alma resoluta se hospeda,
Veta o que não seja pagar na mesma moeda,
Como os que buscam o pão nas latas de lixo...
A sapiência alheia que colamos nas vidraças,
Mera busca de aplausos por “nossas” escolhas;
Todavia, assim que uma demanda perpassa,
Bebemos sempre da nossa antiga cachaça,
Com o nosso sabão que sopramos as bolhas...
Assim seguimos desviando alguns percalços,
Nos jactando, pavões, que sabemos viver;
Por ouro de tolos saímos rápidos no encalço,
Somos muito permeáveis ao aplauso falso,
E refratários às gotículas límpidas do saber...