Resenha do passado e presente
Não há como deter as lágrimas,
minhas poesias, minhas belas
Em vocês está impregnado a
minha vida e suas novelas
O que eu posso falar do hoje se
não do estado de inteireza
Onde alcancei patamares antes
temidos e referto de incerteza
Hoje, após copiosas reflexões,
gozo do sabor da plenitude
Julgo ser a liberdade, devido a
uma audaciosa atitude
Intrépido eu? Não é de minha
natureza tal virtude
Apenas segui por caminhos
atípicos desta tenra juventude
Eu o sentia, percebia em meu
âmago algo demudado
Uma inquietação que determinou
o que sou, reinventado
Somente em pensamentos, uma
mudança de hábitos e filosofia
Veio em mente aquela pequena
garota em O Mundo de Sofia
Ao meu lado, o gracioso Chopin,
com sua obra em melodia
O vinho nesta companhia, que
gera apreço eterno a melancolia
Tão pessimista eu sou com meu
destino querençoso
É um drama latente, sem ciência
do que é esperançoso
Desabafar por meio de versos
esta sensação, não convém mais
A solidão é um momento para os
vivos em que um dia se desfaz
E quando este dia me buscar não
terei saídas para fugir
Será o ápice da minha vida onde
deixarei de existir