MORRENDO


Ando morrendo a cada dia,
Aos poucos, voluntariamente.
Ando morrendo de repente,
Sempre que posso, e que consinto.
 
E a morte não é inimigo,
Traz, cada vez, uma elegia
Intercalada a mil perguntas
Que eu respondo, se consigo.
 
E se não posso respondê-las,
Deixo-as todas bem guardadas
Naquela caixa amarrotada
Onde descansam os mistérios.
 
E a minha morte derradeira,
A que há de vir, a verdadeira,
Quem sabe, mostre o hemisfério
Onde se encontram as respostas.



Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 30/05/2015
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