Apatia
Durmo todas as noites
como uma criança que nada deve,
meu travesseiro tem a maciez da consciência leve
e as mais sofisticadas penas da falta de pena.
Aliás, talvez seja esse o fim de todo meu poema,
fingir ser escravo do sentimentalismo
por mero deleite poético de disfarçar o cinismo.
(sou uma pessoa ruim
sugiro que não sinta pena de mim
nem me ofereça seu perdão
porque eu não sei devolver nada além de ingratidão
e do desinteresse de meu egoísmo sem fim)