Apatia

Durmo todas as noites

como uma criança que nada deve,

meu travesseiro tem a maciez da consciência leve

e as mais sofisticadas penas da falta de pena.

Aliás, talvez seja esse o fim de todo meu poema,

fingir ser escravo do sentimentalismo

por mero deleite poético de disfarçar o cinismo.

(sou uma pessoa ruim

sugiro que não sinta pena de mim

nem me ofereça seu perdão

porque eu não sei devolver nada além de ingratidão

e do desinteresse de meu egoísmo sem fim)

Laís Debastiani
Enviado por Laís Debastiani em 27/05/2015
Código do texto: T5257274
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