Meu Íntimo
A voz rouca se cala.
Vertigens da palavra.
Uma rosa foi dada
repleta de espinhos.
Um dedo penetrado.
Uma gota de sangue
cai em um papel em
branco face do destino.
Criando riscos no amanhã.
Fazendo uma pintura estranha.
Um mistério com sabor de maçã.
Que borrou o limite do horizonte
e eu despertei em um novo divã.
O concreto está rachado.
Muralhas foram quebradas.
O tempo não é superado.
Quase nunca se vence as
dificuldades que ele criou.
Tento entender meu íntimo.
Mas quase nunca é possível.
Entendo outras pessoas, mas
é difícil entender a si mesmo.
Então elevo um beijo.
Deixo o vento afetuoso
cuspir palavras mórbidas.
Segredos e mistérios que
não desvendo e deixo eles
serem levados pelo tempo.