Meu Íntimo

A voz rouca se cala.

Vertigens da palavra.

Uma rosa foi dada

repleta de espinhos.

Um dedo penetrado.

Uma gota de sangue

cai em um papel em

branco face do destino.

Criando riscos no amanhã.

Fazendo uma pintura estranha.

Um mistério com sabor de maçã.

Que borrou o limite do horizonte

e eu despertei em um novo divã.

O concreto está rachado.

Muralhas foram quebradas.

O tempo não é superado.

Quase nunca se vence as

dificuldades que ele criou.

Tento entender meu íntimo.

Mas quase nunca é possível.

Entendo outras pessoas, mas

é difícil entender a si mesmo.

Então elevo um beijo.

Deixo o vento afetuoso

cuspir palavras mórbidas.

Segredos e mistérios que

não desvendo e deixo eles

serem levados pelo tempo.

Renato Rodrigues
Enviado por Renato Rodrigues em 21/05/2015
Código do texto: T5249173
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