Ante o antes
Já escrevi tantos versos sem sentido...
Tantas rimas, tantas frases de ouvido...
Dói de pensar em tanto desperdício...
Já chorei lágrimas soluçantes
Já me vi ali, distante
E não obstante
Ora homem, ora infante
Já amei com amor de amante
E odeiei com ódio irritante
Que meu estômago sente
De ontem em diante
Vivo, poeticamente, amante
Vivente, senciente
Crente, descrente
Entrementes habitante
Nesta terra um suplicante
Terra que é coração
Com esse nó na garganta
Secante...sufocante...
Pensas em tantos antes?
É proposital este poeta garante...
Pois o que importa é o agora...
O antes, que antes?
Aquilo foi ontem, já passou...
Doravante!!