Ante o antes

Já escrevi tantos versos sem sentido...

Tantas rimas, tantas frases de ouvido...

Dói de pensar em tanto desperdício...

Já chorei lágrimas soluçantes

Já me vi ali, distante

E não obstante

Ora homem, ora infante

Já amei com amor de amante

E odeiei com ódio irritante

Que meu estômago sente

De ontem em diante

Vivo, poeticamente, amante

Vivente, senciente

Crente, descrente

Entrementes habitante

Nesta terra um suplicante

Terra que é coração

Com esse nó na garganta

Secante...sufocante...

Pensas em tantos antes?

É proposital este poeta garante...

Pois o que importa é o agora...

O antes, que antes?

Aquilo foi ontem, já passou...

Doravante!!

Dom Torres
Enviado por Dom Torres em 20/05/2015
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