SEM AS PALAVRAS

Enredada e presa pelas vãs palavras

Que falam, falam e não dizem nada

O silêncio se adianta e se apresenta

E representa-me silenciosamente...

Fala por mim, comigo, fala de mim

Sussurra respostas, apelos, propostas

Não raro grita-me aos ouvidos surdos

E me sacode, me implode e me acode

Retorno finalmente ao real momento

E ouço o alarido insano das palavras

Frívolas, pueris, vadias e indecentes

Que veem e vão tão inconsequentes

Que trocam de cara ao sabor do vento!