Cemiterio de Campanha
Retalho agreste cercado,
onde o pasto cresce mais;
Invadido nas estiagens
Por famintos animais.
Foi o antigo fazendeiro
Que o fez em certa distância.
Pintado todo de branco
Que se avistasse da estância.
Borrado através do tempo,
Recanto triste sem dono,
ali já não mais se sabe
Quem dorme tão grande sono!!!....
Salienta-se uma grande cruz
com letras quase apagadas
Testemunhando na escrita
o seu dono e a sua amada
Esquecido cemitério,
Que é tão pouco visitado:
Só para pagar promessas,
E algum dia de finados.
Á noite,quebra o silêncio,
O tatu ronca na furna,
O quero-quero se alarma
com o pio da Ave noturna.
Campo santo dos campeiros
Batido por sol tão forte;
Mangueira no campo aberto
Onde encerram a morte!...
Cruz de pau mal falquejada
E, velas sem castiçais! ...
Sepultura em cova rasa
Que torna todos iguais.