Cemiterio de Campanha

Retalho agreste cercado,

onde o pasto cresce mais;

Invadido nas estiagens

Por famintos animais.

Foi o antigo fazendeiro

Que o fez em certa distância.

Pintado todo de branco

Que se avistasse da estância.

Borrado através do tempo,

Recanto triste sem dono,

ali já não mais se sabe

Quem dorme tão grande sono!!!....

Salienta-se uma grande cruz

com letras quase apagadas

Testemunhando na escrita

o seu dono e a sua amada

Esquecido cemitério,

Que é tão pouco visitado:

Só para pagar promessas,

E algum dia de finados.

Á noite,quebra o silêncio,

O tatu ronca na furna,

O quero-quero se alarma

com o pio da Ave noturna.

Campo santo dos campeiros

Batido por sol tão forte;

Mangueira no campo aberto

Onde encerram a morte!...

Cruz de pau mal falquejada

E, velas sem castiçais! ...

Sepultura em cova rasa

Que torna todos iguais.

DanielGaiato
Enviado por DanielGaiato em 15/05/2015
Reeditado em 18/07/2021
Código do texto: T5243245
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