Orvalho
A folha seca,
A chuva não vem,
O sol queima,
Você não rega,
Você não cuida,
Você não cresce,
Você também não reage.
Quisera eu, ser uma flor...
Um botão pequenino e aveludado,
Espinhos macios,
Copas vermelhas e delicadas,
Caldas longas e majestosas.
Ao me tocares,
Irei desabrochar,
Revelarei os meus segredos,
Até os mais ocultos e proibidos.
Ao nascer da Manhã,
O orvalho já vai me ter banhado,
E junto com suas gotículas,
O meu cheiro terá se deitado sobre a terra.
Com o sopro do vento,
A brisa terá levado o seu perfume aos mais longínquos corações.
E ao cair da tarde, estarei junto a te onde quer que estejas.
Cantando a beleza de que me foi confiada.
Onde o cheiro não existe,
Eu estarei lá,
Onde o Sol não nasce,
Eu passarei por lá,
Aonde a Luz não chega,
Eu vou estar lá,
Onde as noites e os dias se confundem,
Eu também estarei por lá.