XARANDA *
DO LIVRO TOCATAS.
Quando as água de teu rio eram lágrimas de alegria
Sorrias com tanta graça e beleza construías.
Eras fonte! Eras centelha;
Multiplicavas estrelas, como se fora magia.
Hoje teu rio de lágrimas ainda carreia esperança
Dos belos sonhos-criança, que o tempo não apagou.
É deles que surgirão, como fênix mais ridente,
As energias do amor, num eterno persistente,
Que aquecerá muitas vidas em ternura comovente
Distante de toda dor.
Hoje a vida fez a estrada de saudades construída,
Onde o tempo destempera os sonhos de tantas vidas;
Do ontem que hoje é espuma;
Um resto de sombra ida, que só balança quimeras e todas desmilinguidas.
E em todos os cenários, dos muitos olhos molhados,
Só sobejos imaginários, todos bem desgastados,
São só o resto que sobrou dos tempos estraçalhados.
E todo este encanto, tecido com fantasia
Registrou-se na história como bela alegoria
Que hoje é só lenda e canto, como escreve a magia:
A Xaranda tão querida transformou-se após a vida e só como rio nos ficou.
E como lenda preferida, em rio se dissimulou,
A Xaranda tão querida, como magia da vida, em doce rio se tornou.
*XARANDA. Lenda de uma mulher que se transformou em rio