ÓRFÃO

Não me acharás entre os escombros

em que me deixaste,

sempre pesarei sobre teus ombros

com a força de um guindaste.

Não me culparás pelos teus tombos

quando te enganaste,

sempre estarei nos teus assombros

anunciando o teu desastre.

Não me jogarás nos quilombos

da escravidão que inventaste,

sempre doarei os meus estrondos

como também tu me doaste.

E, sendo órfão, viverei feliz

tendo a mãe que eu sempre quis!