Novos arranjos

Quem sabe até a noite haja outros arranjos,

E o silêncio, que ora reina, então se desfaça;

Venha em forma das calmas vozes de anjos,

Em palavras sensíveis que ao olhar embaça...

A razão do instante se dissolve nesse papel,

Incerto, invisível, incoerente, mas presente;

E tão real, quanto o sol que passeia pelo céu.

E o instante permanece sem motivo aparente...

Pode ser a saudade envolvendo esse coração,

As lembranças teimosas dentro dessa alma;

Ou quem sabe apenas essa fértil imaginação,

Derrubando muros, tirando a paz e a calma.