CASTELO ENCANTADO

A inquietação das primeiras primaveras

De menina mulher

Floriu de beleza e cegueira

Meu coração.

Ele vivia num ritmo descompassado

Pelo burburinho das cidades grandes

Sonhava contemplando

O horizonte distante

Como gozar dos prazeres do mundo.

Não ouvi os sábios

Conselhos como gostas de mel.

E a noite venceu

Minha natureza rebelde.

Desde esse dia

A madrugada de dor

Chegou cruel

Corrigindo minha paisagem interior

Destruindo um por um

Dos castelos feitos no ar

Eu senti o vento frio

Da inimizade, do abandono, da injustiça

Da miséria, e da solidão....

Que aos poucos

Dilaceraram meu coração

De olhar jovem e lúcido

Casei-me com a dor

Anjo bendito de Deus

Que derramou em mim

Sua estranha claridade...

Clemilza Maria
Enviado por Clemilza Maria em 29/04/2015
Código do texto: T5224153
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