O BICHO ESTRANHO NA VIZZÃO DO ESTRANHO BICHO
Tem um bicho
Que anda e desanda
Por ai, por aqui, por lá
Quase em todo lugar
Esse bicho vaga
Esse bicho traga
Esse bicho naufraga
E tem carga pesada.
Esse bicho gosta de plenária
Vai aos extremos do amor.
Dá e tira a vida sem medida.
O seu ato e fato
Esse bicho até racionaliza
Mas vacila
E destila caos sem penar ou pensar.
Esse bicho serpenteia igual cobra
E por pouca coisa sobra ou soçobra
No meio do imenso anseio de não sei o quê.
O bicho flagra e deflagra na marra.
O bicho rasga e caga chagas.
E na sua curta existência
Se torna perene mais pelo destrói
Pelo que constrói
E como isso dói em nós.
O bicho devido a anuência
Ainda está preso na efervescência
Assim envenena-se e morre
Na demência e na crença de ser e ter.