O TEMPO...
Não vi o tempo passar...
Meus cabelos branquearam,
Minha face criou sulcos
E meus passos encurtaram.
Não vi o tempo mudar...
Minha vaidade e vontade,
Minha ambição desmedida
De sempre querer ter mais.
Não vi no tempo... as belezas...
Das cores da natureza,
Das flores na primavera,
Nem senti o seu perfume.
Nem notei pela manhã,
As plumas do lindo pássaro,
Numa árvore a saltitar.
Não ouvi no tempo...
O murmúrio do riacho,
O canto do sabiá,
E o canarinho a gorjear.
Não admirei o luar,
Nem vi o por do sol,
Nem a garoa que acolhe
O arco íris no céu.
Não percebi o sorriso
Daquela linda criança
Que me olhava da janela
E me dizia feliz,
Tenha você um bom dia!
Será que o tempo deixou...
Que eu caminhasse ao léu
Que não criasse raízes
Por onde eu quisesse deixar
Minha história do passado...
Que nem percebi lá ficar.
Oh! Tempo não me castigue
Pela vida mal vivida
Neste falso caminhar.
Você tempo... cobra muito...
Não me deixa... sem somar...
As minhas ações e atitudes
Que agora vão pesar...
Nas rugas da minha face,
Na tristeza do meu olhar,
E nas lágrimas que agora
Talvez eu tenha que chorar,
Porque o tempo não perdoa...
Quem não vê “ele” passar!
There Válio – 25-05-15