FOLHA MORTA

Manhã de inverno... Do arvoredo

Caiu a folha sobre a verde grama

E o chão vestido de mágico segredo

Vestiu a manhã de um secreto drama.

Manhã de inverno... Do vento

Veio a canção remota e triste...

E a vida acabou nesse momento

– A vida da folha que não mais existe.

Manhã de inverno... Do sol

Vieram raios que tudo aqueceu

E o chão da manhã era um lençol,

Uma mortalha à folha que morreu.

Manhã de inverno... A nossa vida

Busca o calor do sol na aberta porta

E não quer ser levada e esquecida

Como levada foi ao vento a folha morta...

Sidnei Garcia Vilches (26/06/94, uma manhã de inverno)