A IGREJA DA ÚLTIMA HORA
Agora nos damos conta
Que foi se perdendo o fio da meada.
E ficando ininteligível e perplexo
O princípio O meio e o fim.
Já não são mais
Tão contagiantes os dias.
E qual é mesmo o sentido
De se fazer poesia?
Meu coração amolece
Sinto dores como que de parto
Contorce aflita minha alma.
Quero só me prostar
E por eles a Ti clamar.
Que se faça justiça na Terra
Pelas cabeças que rolam
Pelas mulheres escravizadas
Pelas crianças que choram
Almas transcendem aos céus
E com as vestes salpicadas
Se escondem debaixo do trono
E de dia e de noite imploram
Faça se justiça Pai!
Vingue-se nosso sangue!
Misericórdia quero!
É a voz do Mestre
Cessados foram os sacrifícios!
Quem pode ouvir o teu chamado?
Quem quererá ser enviado?
Eu não desejo mais questionar
Nem saber de insanidades
Que o homem pode ser
Mentor de tanta crueldade
Em nome de um credo
Cometem atrocidades.
De uma triste história
Fazem de si mesmo roteirista
E são os próprios protagonistas.
Quem tem ouvidos para ouvir...
Que ouça!
Que tem uma gota de amor
Que interceda!
O fio da meada não está mais
Nas mãos dos homens.
O epílogo, o desenrolar
O cumprimento e o ápice...
Nas mãos do REI está.
O fim da história
O extermínio da humanidade!
Ainda bem! Ainda bem!
Pois a presença do mal
O nosso planeta
O nosso coração...
Não pode mais suportar.
Que tem ouvidos para ouvir...
Que ouça!