A IGREJA DA ÚLTIMA HORA

Agora nos damos conta

Que foi se perdendo o fio da meada.

E ficando ininteligível e perplexo

O princípio O meio e o fim.

Já não são mais

Tão contagiantes os dias.

E qual é mesmo o sentido

De se fazer poesia?

Meu coração amolece

Sinto dores como que de parto

Contorce aflita minha alma.

Quero só me prostar

E por eles a Ti clamar.

Que se faça justiça na Terra

Pelas cabeças que rolam

Pelas mulheres escravizadas

Pelas crianças que choram

Almas transcendem aos céus

E com as vestes salpicadas

Se escondem debaixo do trono

E de dia e de noite imploram

Faça se justiça Pai!

Vingue-se nosso sangue!

Misericórdia quero!

É a voz do Mestre

Cessados foram os sacrifícios!

Quem pode ouvir o teu chamado?

Quem quererá ser enviado?

Eu não desejo mais questionar

Nem saber de insanidades

Que o homem pode ser

Mentor de tanta crueldade

Em nome de um credo

Cometem atrocidades.

De uma triste história

Fazem de si mesmo roteirista

E são os próprios protagonistas.

Quem tem ouvidos para ouvir...

Que ouça!

Que tem uma gota de amor

Que interceda!

O fio da meada não está mais

Nas mãos dos homens.

O epílogo, o desenrolar

O cumprimento e o ápice...

Nas mãos do REI está.

O fim da história

O extermínio da humanidade!

Ainda bem! Ainda bem!

Pois a presença do mal

O nosso planeta

O nosso coração...

Não pode mais suportar.

Que tem ouvidos para ouvir...

Que ouça!

FATIMA KALIL
Enviado por FATIMA KALIL em 21/04/2015
Reeditado em 19/10/2015
Código do texto: T5215156
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