Homo Sapiens

Não sei nada de nada

não sei de mim de ti

nem da calma revelada.

Nada sei do nada do teu ser

e do meu ser cingido e dado.

Mãos que não abarcam

olhos que não fitam

bocas que não beijam

coisas do nada imenso pertencidas

Nada sei de árvores

de pássaros e estrelas

nem sei nada de rios

que apenas passam e que mudam

e me mudam e se transmudam

em nada.

Nada sei do ontem e do hoje

e do incerto futuro sei nada.

Sei (e nem isso) que o que sinto

de mim na frente

é nada.