ÊXTASE DE DOR

Eu sentado numa cadeira balançante

Observando a figura do gigante

Posto em meu estreito caminho

Para sucumbir-me aos pouquinhos

Sem que eu possa fazer nada

Capaz de impedi-lo de tal ação.

Eu figuro o quase nada ausente

Eu seguro inelutavelmente

Em uma rocha dura,

Mas a ventania é forte demais

Que balança todas as minhas estruturas.

Sou uma gangorra em movimento

Sinto uma grande dor por dentro

Não consigo esconder tamanha mágoa

Que perfila em meu caminha tedioso.

Há uma falta de esperança no olhar

Há momentos de mais pura acidez

Há o exaurimento das águas do mar

Há momento de quase pura embriaguez

Embriago-me na mais profunda sonolência

Não consigo carregar o peso de meu corpo cansado

Há o acúmulo de experiências

Em meu rosto petrificado.

A vida perde o sentido

Transfigurando-se em êxtase de dor

Sou a falta de um abraço amigo

Sou o silêncio carregado de horror.

obervação: esta poesia está publicada no livro: "Êxtase de Dor". O referido livro foi publicado pela Editora João Scortecci em 1999.

Abraços a todos!

Aires José Pereira

Aires José Pereira
Enviado por Aires José Pereira em 16/04/2015
Código do texto: T5209068
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