Sempre soube...

Desde cedo coração já sabia,

Mas ele permitiu se enganar;

Sabia que labor não verteria,

Mesmo assim preferiu esperar.

E a noite foi abrindo os olhos,

Fechando a cortina desse dia;

Ao jantar emprestou molhos,

Ao poeta ofertou nova poesia.

Mas lá, tudo continuou imóvel,

Feito o tapete da sala de estar;

Feito o pó, enfeitando o móvel,

Feito luz que brilhou até apagar.