Das virtudes
Suave é a brisa mansa
Que faz carinho na roseira
Mas a rosa nem balança
E segue espargindo perfume
Até onde seu alento alcança.
Eu quero que a vida seja
Sempre uma suave dança.
Simples é o que faz o beija-flor
Com o bico retira o pólen
E nunca machuca a flor
Bate as asas e encanta a todos
Com o seu matiz multicor.
Eu quero uma vida simples
Pra viver sem causar dor.
Natural é o bicho lá na mata
Não sabendo o que é maldade
Pra sobreviver sua caça mata
Mas só busca o que precisa
Se não precisa, não maltrata.
Eu quero viver bem natural
Sem fazer uso de chibata.
Sutil é a luz da alvorada
Que sem fazer ruído algum
Põe os pássaros em revoada
Nem precisa usar a força
Para por a noite em retirada.
Que não nos falte sutileza
Para ver que a vida é sagrada.
Belo é criança fazendo bolhas
Usando só água e sabão
Não tem que fazer escolhas.
Tem uma vida para desenhar
E o tempo lhe dará as folhas.
Para quem pinta a pura beleza
A vida dá garrafas sem rolhas.
Leve é a nuvem branca no céu
Que desliza lenta e sem rumo
Mas ao seu destino é fiel
Um dia derramará em chuva
E terá cumprido seu papel.
Abandona os pesos inúteis
E a vida terá gosto de mel.
Nobre é quem pensa no bem
Sabe que o amor tudo resolve
Mais nobre é quem faz o bem
Sabe que amar é se doar
E quer para todos o que lhe convém.
Nobreza nasce da alma de quem
Olha a vida e pra ela diz amém.