ALCANCE DAS MÃOS 
Por Carlos Sena 

 
De repente a gente acorda pra vida
e endoida. 
Quer recuperar o tempo perdido
os amores partidos
os ardores tingidos.
De repente a gente acorda
com rugas no rosto e
o cabelo branco, embora nem tanto,
responde pelo pranto chorado,
pelas dores que o passado esconde.
De repente a gente olha pra frente:
o caminho a percorrer é menor
que o trajeto vivido atrás.
E já não há tempo a perder 
coma mores complicados,
nem com reuniões vazias,
nem com vadias  contemplações.
De repente a vida tá ali na frente
rente com a felicidade,
bastando apenas o alcance das mãos...
Carlos Sena