OS INVISÍVEIS
Quantas vezes os invisíveis já olharam para ti
pedindo uma moeda, um alento,
quando mexem no lixo, à procura de alimento
sem nenhum constrangimento, o fazem, e nesse momento
talvez se lembrem... que já foram cidadãos
que lutavam pelo pão, trabalhando, sendo alguém,
porém, hoje são ninguém.
Bebem agua podre, dentro de garrafas vazias,
é verdade, eles existem. Fazem isso todos os dias.
Você vai me dizer, aqui é lugar de poesia,
não quero pensar nisso...
Aqui é lugar de poesia, mas poesia ...o que é afinal....
É o gritar da alma, seu alçapão
que engole os sentimento, e o deixam às claras,
transformando em palavras.
O que é difícil digerir.
São homens e mulheres sem sentimento,
apenas a droga os consome,
acontece todos os dias.
Passam pelas calçadas, deixando odor horrível,
o que é compreensível, sem tomar banho,
sem lar, sem ter pelo que lutar,
sem forças pra ressuscitar,
Sem forças pra se encarar, ser diferente
e saírem desse modo estranho,
e voltarem a ser gente