Tarde na América

As primeiras formas frias descem calmas sobre

[os prenúncios ansiosos da tarde.

Uma canção latina rumoreja seus lamentos que saem

[dos velhos vitrais e serpenteiam – levados pela brisa –

[nas pedras das vielas da cidade secular.

Os portões rangem.

As janelas se intimidam ante o crepúsculo da América.

Uma guitarra rasga fino o fim do dia.

Um anjo azul voa no céu de violetas.

Um cavalo amarelo domina pela força dos deuses abismais.

Os santos ainda dividem o seu pão...

O dia adormece no fundo do entardecer e os gigantes

[se recolhem na vaidade de seus reinos.

Nas penumbras caladas os lobos dividem

[os despojos da festa...

..................................

Vamos companheira

[brindar tua história e celebrar teu canto!

Vamos companheira

[apascentar cordeiros com teu leite puro!

Vamos companheira

[plantar a esperança nos quintais de cinzas!

Vamos companheira

[acender o Farol nas eiras de trigo vivo!

Venha companheira, venha

[visitar minha vida e passear comigo...

...............................

As primeiras formas frias descem calmas sobre

[os prenúncios ansiosos da tarde.

O hino da nova pátria ainda é um murmúrio de vozes

[escondidas...

E os velhos profetas são esquecidos nos vazios das ruas

[onde a verdade tropeça.

Sidnei Garcia Vilches. (14/02/2013)

Sidnei Garcia Vilches
Enviado por Sidnei Garcia Vilches em 12/04/2015
Código do texto: T5203810
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.