Tarde na América
As primeiras formas frias descem calmas sobre
[os prenúncios ansiosos da tarde.
Uma canção latina rumoreja seus lamentos que saem
[dos velhos vitrais e serpenteiam – levados pela brisa –
[nas pedras das vielas da cidade secular.
Os portões rangem.
As janelas se intimidam ante o crepúsculo da América.
Uma guitarra rasga fino o fim do dia.
Um anjo azul voa no céu de violetas.
Um cavalo amarelo domina pela força dos deuses abismais.
Os santos ainda dividem o seu pão...
O dia adormece no fundo do entardecer e os gigantes
[se recolhem na vaidade de seus reinos.
Nas penumbras caladas os lobos dividem
[os despojos da festa...
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Vamos companheira
[brindar tua história e celebrar teu canto!
Vamos companheira
[apascentar cordeiros com teu leite puro!
Vamos companheira
[plantar a esperança nos quintais de cinzas!
Vamos companheira
[acender o Farol nas eiras de trigo vivo!
Venha companheira, venha
[visitar minha vida e passear comigo...
...............................
As primeiras formas frias descem calmas sobre
[os prenúncios ansiosos da tarde.
O hino da nova pátria ainda é um murmúrio de vozes
[escondidas...
E os velhos profetas são esquecidos nos vazios das ruas
[onde a verdade tropeça.
Sidnei Garcia Vilches. (14/02/2013)