MEUS OLHOS TURVOS

Meus olhos cansados turvos

Curvos diante do passado tempo

Meu corpo envelhecido fraco

Caindo pelos fortes ventos

O pote de ouro precioso cai

A fonte de delicias e prazeres se vai

Minha alma tremulante entristece

Pois já me encontro funesto

Na ultima curva desta vida

É aqui onde a curva do tempo

Nos vence e nos deixam desguarnecidos

A foice cortante nos atinge

Ela não perdoa nem as esfinges

As janelas das ruas se fecham

A inspiração nos aflige

As torres das andanças tremulam

O cordão de prata se rompe

Onde o rio da vida se evapora

E tudo o que é sonho estupora

Não havendo nenhuma guarida

Ficamos como gafanhotos

Sem asas pra poder voar

Então é neste tempo do fim

Que também nos fracassamos

Para depois de tantos anos

Na longa morada, todos os humanos

Um dia então vamos nos encontrar!

Charlis
Enviado por Charlis em 11/04/2015
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