MEUS OLHOS TURVOS
Meus olhos cansados turvos
Curvos diante do passado tempo
Meu corpo envelhecido fraco
Caindo pelos fortes ventos
O pote de ouro precioso cai
A fonte de delicias e prazeres se vai
Minha alma tremulante entristece
Pois já me encontro funesto
Na ultima curva desta vida
É aqui onde a curva do tempo
Nos vence e nos deixam desguarnecidos
A foice cortante nos atinge
Ela não perdoa nem as esfinges
As janelas das ruas se fecham
A inspiração nos aflige
As torres das andanças tremulam
O cordão de prata se rompe
Onde o rio da vida se evapora
E tudo o que é sonho estupora
Não havendo nenhuma guarida
Ficamos como gafanhotos
Sem asas pra poder voar
Então é neste tempo do fim
Que também nos fracassamos
Para depois de tantos anos
Na longa morada, todos os humanos
Um dia então vamos nos encontrar!