QUERO A TERNURA

Quero viver

devagar,

Para poder sentir a solidão.

Para poder sentir o Infinito

nesta solidão.

Quero viver devagar, sim,

Para poder sentar-me à sombra

de uma árvore,

E brincar com as crianças.

E sorrir com elas.

E amar com elas,

a Vida.

Quero viver devagar

Para poder procurar o meu

Verdadeiro Caminho;

E para poder reter em meu ser

A sensibilidade

E a ternura.

Porque

recuso-me a ter uma alma fria,

apressada.

Podes até julgar-me errada.

Podes também não me compreender.

Mas, deixa-me ser assim:

- De outra maneira,

não aprendi, a viver.

Não apresse os meus passos.

Pessoas correm, em confusão

Buscando coisas,

caminhos,

riquezas,

E não sabem para onde estão indo.

E se pisoteiam.

E tecem intrigas...

E não têm paz.

Existem lágrimas

nos olhos de tanta gente.

Mas, muitos já não as percebem,

E os que choram,

Têm de aprender sozinhos,

a sorrir.

Quero viver devagar

Para poder compreender

a dor,

Sem me revoltar.

Quero viver devagar,

Para poder sentir - sempre -

Que a vida é muito curta

Para que possa ser desperdiçada

Na procura de defeitos

alheios.

Quero viver devagar,

Para não esquecer jamais

Que existem flores no caminho:

- Assim, não atirarei pedras

Quando alguém necessitar

de afeto

e de compreensão.

E quando tiver que partir

Levarei comigo

a ternura

das coisas que foram.

E sorrirei,

E terei cuidados:

- Porque o maior tesouro

estará comigo.

Saleti Hartmann

Professora e Poetisa

Cândido Godói-RS

SALETI HARTMANN
Enviado por SALETI HARTMANN em 09/04/2015
Código do texto: T5200130
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.