Quero colo

Ei-la indo onde felicidade não está

Seu jeito oblíquo de se dizer infeliz;

Não que essa busca em si seja má,

Quem, por ela, não empunhou sua pá,

Mas, nem sempre encontrou o que quis...

Felicidade pode usar vestes singelas,

E confundir aos que espiam vitrines;

Quando falta jeito para ver como é ela,

Ou, conceitos diversos não a veem bela,

Pois devaneiam com ela em limusines...

Às vezes contemplação é mais que denodo,

A própria impaciência deveria ser vencida;

Essa nos infelicita um tanto em seu açodo,

E se alguém achasse felicidade de um todo,

Cravaria bandeira no topo, e restaria a descida...

Claro que fugimos da solidão e sua malta,

Afinal, fica difícil a gente ser feliz sozinho;

felicidade não está na cordilheira mais alta,

e a busca, o devaneio, nem é por que falta,

é a batedora para preceder-nos no caminho...

quem jamais sofreu essas compridas tosses,

afinal, parece que cada qual já nasce gripado;

se o corpo passa, que nosso espírito remoce

correndo franco sem as algemas das posses,

pois, tente; é mui difícil de se correr algemado...

não são as coisas que dão para manga o pano,

afinal, asas podem bem mais que o rés do solo;

como voam baixo os rasos conceitos humanos,

em suma, abstraia-se à densa fumaça do engano,

e verás que dona felicidade de pegará no colo...