A Paisagem do Tempo.

Sempre sonhei com as impossibilidades.

Recordo-me do tempo distante.

Esbatido.

Fatos inenarráveis vividos.

Elícitos.

Senti o silêncio guardado na memória.

A noite inteira densa.

O brilho da luz das estrelas.

Como se tudo estivesse perto do céu.

Sabia qual seria a destinação do encantamento.

Mas o tempo passou.

Sua adução miraculosa.

Finalizou-se.

Os olhos encheram de lágrimas.

Apenas uma profunda recordação.

Os sinais seriam a eternidade.

Tão somente o desejo impossibilitado.

Voltar-me ei talvez.

Na solicitude da indignação.

Solitariamente.

Se pudesse chamaria por todos.

Entretanto, a impossibilidade.

Pensaria em cada um.

Pronunciaria nos códigos da minha linguagem.

Os vossos nomes.

As imagens memorizadas.

Mimeticamente.

Levaria ao regramento.

Como se fosse à efetivação da realidade.

Inexaurível.

Como podem acontecer coisas belas.

E melancolicamente fugir dos cenários.

Expletivos.

As etapas de todos os momentos.

A recordação.

A mente fora de algum modo à continuidade.

Um jovem garoto perdido as margens.

Entretanto, antes do sono imaginativo.

Acepção do declínio.

Talvez o mundo fosse o mais absoluto delírio.

Cada degrau pensado.

O ar desértico do campo.

Porém, o desaparecimento efetivo.

Dos instantes somados.

A tristeza do tempo exímio.

A realidade passa e constrói-se outra.

A exornacão premeditada.

Não tem como inventar outros sinais.

Mas se pudesse voltaria exatamente ao ponto.

Olharia sobre o solo.

Contemplaria as passagens.

Indeléveis.

Talvez pudesse encontrar ad paisagens.

Modificadas mitigadamente.

Soluços aos autos.

Ainda o brilho das mesmas estrelas.

Exaurindo luz na escuridão.

O coração sentiria a emocionalidade perdida.

Aos sonhos sensíveis interrogativos.

Quem foram todos eles.

Nenhuma outra perspectiva de resposta.

A historicidade de algum modo acabou.

Tão somente a imaginação vaga e triste.

Os derradeiros passos.

De uma vida pequena e cheia de resquícios incompreensíveis.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 01/04/2015
Reeditado em 02/04/2015
Código do texto: T5191744
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