O muro

Você quer mais que aparências,

Então aprenda ver o essencial;

Ignore o falso testemunho dos olhos,

Quiçá aprenda experiência dos velhos,

Que veem almas, por trás do material...

Você deprecia à maldosa intenção,

Então, ligue de vez, o caráter à pessoa;

Ouça do quê se enche o seu coração,

Evite as armadilhas do sim e do não,

É de sangue, não palavras, a intenção boa...

A distância é miragem que o andar apaga,

Quantas vezes nosso olhar não vê certo?

A uma impressão errônea ele se apega,

a conclusão doentia a que, enfim, chega,

É que põe distante o que está bem perto...

Aí vira masoquismo involuntário a espera,

a serviço de desconfianças pomos o miolos,

e cada temor que em nosso porto ancora,

esconde que o muro que às vezes separa,

e feito só de convenções, não, de tijolos...