Depois do Final

O que resta, no fim?

Quando as flores murcharem ao vento

Restará tão pouco assim

Inócuas palavras de alento

O que restará de nós?

Se nas tristezas apenas choramos

Quando rouca, murchar a nossa voz

E tão depressa passar o após

Se não mudamos o rumo dos anos

Onde enterrarei a minha alma?

Se até das minhas lágrimas

Se evapora a calma

E o sal e os feitos. E as memórias

E os pensares, e as noites inglórias.

O que resta, no fim?

Se no pó de onde viemos

Nos tornarmos por direito de sermos

E nem nos locais mais ermos

Um vestígio deixarei de mim.

Ricardo deSá
Enviado por Ricardo deSá em 23/03/2015
Código do texto: T5180715
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