Depois do Final
O que resta, no fim?
Quando as flores murcharem ao vento
Restará tão pouco assim
Inócuas palavras de alento
O que restará de nós?
Se nas tristezas apenas choramos
Quando rouca, murchar a nossa voz
E tão depressa passar o após
Se não mudamos o rumo dos anos
Onde enterrarei a minha alma?
Se até das minhas lágrimas
Se evapora a calma
E o sal e os feitos. E as memórias
E os pensares, e as noites inglórias.
O que resta, no fim?
Se no pó de onde viemos
Nos tornarmos por direito de sermos
E nem nos locais mais ermos
Um vestígio deixarei de mim.