As ideologias não significativas.

Eu não tenho ideologia.

Não sou petista.

Muito menos eleitor do PSDB.

Não sou cristão.

Também recuso ser marxista.

Do mesmo modo não liberal.

Jamais seria anarquista.

Na verdade não sou nada.

Talvez niilista.

Admiro em parte Nietzsche.

Também Feuerbach.

Schopenhauer e Kant.

É magnífico não ser conduzido por ideologias.

Ser ovelha em um mundo de lobos.

Incorporados no Estado Político.

Vaticinado pelo poder.

Entretanto.

É a única forma que existe para não serem bois.

Encontrei a liberdade.

Nas ausências das mentalidades.

Tenho diversas memórias.

Vicissitudes contemporâneas.

Veleidaveis entendimentos.

Não sou nenhum sujeito categórico.

Desta forma não idiossincrático.

Entendo tudo por processos de sínteses.

Multirreferencial.

A complexidade na particularidade.

Talvez dialético materialista.

Porém, não sou o meu cérebro.

Porque a minha linguagem.

É essencialmente comparativa.

Indutiva e empírica.

Sei o quanto o cérebro memorizado.

Inolvidável.

Pela acepção da lógica do espírito.

Apenas representativo.

Com efeito, tenho diversos cérebros.

Muito deles completamente vazios.

O que significa ideologizações prematuras.

Mimetizadas.

Pela indelével lógica emocional.

Desse modo comporta inexaurivelmente.

O mundo.

Pela ausência de uma razão segunda.

Se expressa tão somente.

Pelas projeções dos eus particularizados.

O inimistado sentimento.

O que recuso ser a cada instante.

Sendo assim não existem pesadelos.

Pois minhas memórias.

Peremptórias são terapêuticas.

Apesar de cheias são vazias.

O que significa que sou diverso.

Ao mesmo tempo único.

Mudo cotidianamente.

No entanto, preservo.

As essencialidades substanciais.

Sem litologia de superioridade.

Que consistem apenas nas indefinições.

Imponderáveis.

A natureza cognitiva.

O desenvolvimento permanente.

Das grandes sínteses.

Quem sou eu?

Tal etimologia não existe.

Preservo apenas minha genética.

Da qual tenho muito orgulho.

Ao que se referem às tipificações próprias.

Do corpo e da face.

A ausência da alma.

A natureza de uma longa herança.

De adaptação.

Dos milhares de elos superativos.

A continuidade permanente da célula mater.

A expressão morfológica da origem da vida.

O que sou e o que não sou.

Apenas um sorriso de brevidade.

Dos meus instantes.

Repetidos as frações decimais dos segundos.

Posteriormente, o mais absoluto esquecimento.

Mesmo escrevendo belos poemas.

Construindo razões independentes.

Um sinal que brilhou e apagou.

Nas ilusões fantasmagóricas.

De um olhar indefinido ao infinito.

Imponderável as repetições.

Que somos e negamos.

Aos propositados instantes finais.

As significações libertárias.

De um mundo frágil e sem nenhuma razão.

De ser ou não ser.

A magnitude do olhar desprezado ao mundo silenciado.

Quando a língua cola definitivamente ao céu da boca.

Portanto, a plenitude do desaparecimento.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 21/03/2015
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