Café de dúvidas

De onde surges oh dúvida?
Aproxima-te com destreza das certezas de minha alma.
Tira-me a paz alcançada a gritos fúnebres;
e instaura-te como dona do meu viver.

Juro que lutar é meu desejo primeiro,
mas confesso que aquilo que é cômodo, tem primazia.
E na destreza de burlar os mecanismos de defesa,
opto pelo simples e esqueço sua soberba.

És realmente displicente
e torna-te inconveniente sem escrúpulos.
Sua marca é o incômodo na alma
é o choro produzindo soluços.

Ah, dúvida cruel!
Por que renegastes meus princípios?
Não tens voz para argumentar, isso eu sei;
mas teu silêncio é morteiro, é felino.

Como não posso espantar-te com flores,
convido-te para uma xícara de café;
quem sabes te domestico com singeleza,
e assim tu não vens me atormentar.

És sempre bem-vinda dúvida cruel,
sabes que teu espaço ninguém pode ocupar;
mas por favor, eu te suplico:
bata à porta de minha alma, antes de entrar.
Fábio G Costa
Enviado por Fábio G Costa em 19/03/2015
Reeditado em 19/03/2015
Código do texto: T5176028
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