Trilha suja do conhecimento interior

Do cansaço brota sentido,
novo, no esculpir do vivido.
Aquilo que antes era temido,
a experiência abafou o gemido.

A labuta bem vivida edifica,
a alma que sangra aflita.
Percebe-se o fruto da vida,
quando se derruba a preguiça.

Atônito, o sujeito descalço,
limpa os pés de barro no asfalto.
Como chegou ali sem percalços,
não sabe, foi salto no alto.

Percorridas as trilhas da vida,
o cansaço não julga o sábio.
É elemento de intriga,
entre o douto e o vago.

De uma coisa não se esquiva,
que seus dias são sobressaltos;
são tiros e tentativas,
que frustram as ideias do alto.

Se o caminho foi cansativo,
ainda mais o será o descanso.
Desejar ser sujeito ativo,
demanda tempo, barro e desencanto.
Fábio G Costa
Enviado por Fábio G Costa em 17/03/2015
Código do texto: T5173675
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