Estranheza
Pare, pense e veja
Se realmente conhe-me
Tens mesmo essa certeza?
Que sabes de quase tudo
Daquele com quem convives, deita e adormece.
Meus medos, pesadelos, sonhos e desenganos
Nem sempre são lúcidos e poucos transparecem
E em meus pensamentos nem sempre
Sensatos e insanos
A velha indagação:De onde vim, pra onde vou, volta e meia aparece.
Pensas que sabes tudo a meu respeito
Devias preocupar-se minha cara
Pois, nem eu tenho esse direito
Surpreende-me, nunca foi coisa rara.
Cada vez que amanheço
Evito ver-me refletido no espelho
Para não ter aquela sensação muito estranha
De que não me reconheço.