Zé do regime.

Lá vai o Zé,

Desbravando a madrugada,

Rompendo o silêncio com seus passos apressados.

Cumprindo o rumo da rotineira caminhada.

Na mesma hora de sempre,

Nas mesmas vestes quase em trapos.

Na surrada mochila, a marmita em sacolejos no velho trem das quatro.

Lá vai o Zé,

Batalhar pela sobrevivência,

No olhar um brilho pálido de esperança na busca pela subsistência.

Na longa tragetoria,

O cochilo é o companheiro

Desse humilde personagem.

Levando consigo o cansaço

E as mesmas modestas armas:

A garra, o corpo, a coragem.

Iguais a ele, existem dezenas,centenas, milhões.

Fazendo o progresso, produzindo riquezas nos campos, fábricas e construções.

Traz no peito a mágoa da certeza,

Por hoje e sempre ser socialmente injustiçado, em número transformado, num jogo sujo capitalista de interesse.

É vulgarmente chamado como se nada valesse,

Ironicamente de Zé de nada, Zé da Silva, Zé ninguém.

jpsantos
Enviado por jpsantos em 08/03/2015
Reeditado em 08/03/2015
Código do texto: T5162120
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