Tudo Passa

Passa o vento frio de agosto,

passa fácil a pele e os ossos

da presa na boca do tigre.

O som das festas,

a luz dos fogos,

o suor dos corpos

nos bailes do ano.

Tudo passa. Só não passa

o vazio, o silêncio, a pedra

parada no meio do nada;

a hora do poema nos olhos,

o reflexo no espelho das águas,

o sexo aceso no mar.

Raimundo Lonato
Enviado por Raimundo Lonato em 04/03/2015
Reeditado em 07/03/2015
Código do texto: T5158421
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