Tudo Passa
Passa o vento frio de agosto,
passa fácil a pele e os ossos
da presa na boca do tigre.
O som das festas,
a luz dos fogos,
o suor dos corpos
nos bailes do ano.
Tudo passa. Só não passa
o vazio, o silêncio, a pedra
parada no meio do nada;
a hora do poema nos olhos,
o reflexo no espelho das águas,
o sexo aceso no mar.