Medo
É tarde, e o medo invade sem pedir passagem
Vem, queima os sonhos envoltos em roupagem
Outrora bela, agora viraram pó, cinzas recentes
Que mancham a poesia com lamúrias recorrentes
E essa palavra que assusta, tolhe minha inspiração
Deixa alma acabrunhada, voando quase sem razão
Cuidando dos detalhes, temerosa, escreve assim
Retém a esperança, vai divagando entre não e sim
Sabe que há um fio que une esse instante especial
E tenta fortalecer mesmo assim, faz parecer normal
Uma história que o coração compôs e ainda guarda
Não versa, com medo, vai feliz mas receosa aguarda.