Favela.
Estendido no chão da suja viela,
à margem da negra vala, um corpo
Inerte, fulminado à bala.
Ninguém sabe, ninguém viu,
nada se fala.
Tristonha e trêmula, a velha sofrida mãe, diante da triste cena, ajoelha-se,já sem lágrimas,
acende uma vela...
Mais uma vida entre tantas, estatística macabra que se revela.
Seres vitimados por rotineiras guerras.
Deixando sequelas e aumentando
as mazelas,
de gente humilde de total carência,
se encrustra nas serras,
habitando casebres,
verdadeiras taperas.
A bala.
A vala.
O corpo.
A velha.
A vela.
A viela.
Miséria no cotidiano da favela.