Favela.

Estendido no chão da suja viela,

à margem da negra vala, um corpo

Inerte, fulminado à bala.

Ninguém sabe, ninguém viu,

nada se fala.

Tristonha e trêmula, a velha sofrida mãe, diante da triste cena, ajoelha-se,já sem lágrimas,

acende uma vela...

Mais uma vida entre tantas, estatística macabra que se revela.

Seres vitimados por rotineiras guerras.

Deixando sequelas e aumentando

as mazelas,

de gente humilde de total carência,

se encrustra nas serras,

habitando casebres,

verdadeiras taperas.

A bala.

A vala.

O corpo.

A velha.

A vela.

A viela.

Miséria no cotidiano da favela.

jpsantos
Enviado por jpsantos em 26/02/2015
Reeditado em 05/05/2019
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