infortúnio.
Passaram-se os anos,
coisas e costumes.
Já não lembro da ultima vez,
ter sussurado para Alguém:Te amo.
Me perdi,envelheci,quase enlouqueci.
E no meu caminho só encontrei
almas caídas.
Eu, que pensava ser senhor do mundo,
Percebo agora não ser dono,
Nem da minha pobre vida.
Esmaecida vida, vida única,
onde a sinistra senhora,
de foice em punho,na sua negra túnica,
persiste a seguir meus passos,
não desiste de me espreitar, largar na jugular, o frio aço.
Em qual lugar e momento cairei?
Será numa noite escura em meio a sarjeta imunda?
Ou num último gole de bebida
numa mesa fedida de bar?
Talvez num velho banco de praça,
onde vários miseráveis contam seus infortúnios
e como conseguem a morte enganar.