Palestrando a Dor

Violentando aquilo que sinto

No íntimo instante preciso

Comigo, a verdade é o que sucinto

Revisto em dores, insigne e aflito

Na cerimônia da vida

Estendido de flores e fracasso

Sem luz, uma jovem concebida

Riqueza e maldade, em caráter escasso

Sem vivência, plantando fartura

A frieza que invade, captura

Levando em lágrimas minha sepultura

Rasgada em sangue, colocados a costura

Menores são amores passados

Levam-me a dizer em exatidão

A morte não é o fim revelado

Mas um mistério definido, sem colisão

O sonho era cair na tentação

Mas me envolvi com meu sacrário

Devastado, assumi meu coração

Cicatrizado, recluso no armário

Restaria cinzas de dor refletida

O espelho do lago me responde

Na água, um vermelho tingido

Construído em lágrimas, que agora

Me esconde...

Roberto William
Enviado por Roberto William em 22/02/2015
Código do texto: T5145953
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