Palestrando a Dor
Violentando aquilo que sinto
No íntimo instante preciso
Comigo, a verdade é o que sucinto
Revisto em dores, insigne e aflito
Na cerimônia da vida
Estendido de flores e fracasso
Sem luz, uma jovem concebida
Riqueza e maldade, em caráter escasso
Sem vivência, plantando fartura
A frieza que invade, captura
Levando em lágrimas minha sepultura
Rasgada em sangue, colocados a costura
Menores são amores passados
Levam-me a dizer em exatidão
A morte não é o fim revelado
Mas um mistério definido, sem colisão
O sonho era cair na tentação
Mas me envolvi com meu sacrário
Devastado, assumi meu coração
Cicatrizado, recluso no armário
Restaria cinzas de dor refletida
O espelho do lago me responde
Na água, um vermelho tingido
Construído em lágrimas, que agora
Me esconde...