FIM DO HORÁRIO DE VERÃO...

Uma aurora, hoje, nasceu mais cedo

Derramou luz sobre os mesmos segredos...

Ao instante vindo, outro se fez lindo

Da escura madrugada se consumindo...

Formulou o ar novamente um vento

E as mentes novos pensamentos...

Mas, talvez sobre os mesmos temas

E trazendo deles os antigos dilemas...

Um botão se fez rosa e, indiferente

O humano passou com o passo urgente...

Uma folha desprendeu-se de pequeno arbusto

Pelo vento elaborado e, com algum custo,

Lentamente foi depositando-se num rio frio

Aceitando o seu destino como um desafio...

Tudo e todos mergulhados nos instantes

Caminhando, parando, caindo, erguendo-se, adiante...

Consciência hoje do que ontem aconteceu

Nos faculta experiência para um novo eu...

Deposita o passado na sua lembrança

Encontrando-se o Homem na sua criança...

E o futuro? É o livro em branco a nossa espera

Se estendendo a nossa frente pela terra...

"Alegria" faz o Homem esquecer-se e o semelhante

Muitos risos, gargalhadas fazem surdos semblantes...

E perdido fica o dia, às horas, aos segundos, no agora

Esperando outra noite encontrar uma nova aurora...

Vem, portanto, a rejeitada amiga... A dor!

Vem ferindo o coração, e a razão em chaga expor...

E o ser em sofrimento a hora mais extrema

Reescreve sua vida... E o poeta outro poema

Cicatrizam as feridas, calam na batalha o fragor

Fazem versos e caminham com profundo amor...

Para o mundo regenerador... (Regenera)dor...

Autor: André Pinheiro

22/02/2015