FOLHAS SOLTAS
Por mais que me escreva, sou páginas em branco
Não sou reta, sou curva
Estou nos extremos Sou tangencia das coisas
Sou a tangencia de mim mesmo
Na tangencia de uma existência
Que existe em mim, independente de mim
Quanto mais me conheço, menos sei quem sou
Eu não me pertenço, a quem pertenço eu?
Eu não mudo para melhor, apenas mudo
Minha alma é intensa como o sol e sonha estar nos olhos dos pássaros
Fundamentalmente ver do alto é tudo que preciso
Sou, todavia dos baixos planos
Meus olhos minúsculos restringe-me a visão a tudo que é preciso ver
As palavras são então minhas asas
Que me permitem voar sobre a escuridão que sou
O amor é a luz da vida, que poucos encontraram
Assim é preciso amar para se ter sentido
Se não tem, é preciso inventar o sentido, porque amar é a própria vida
Que pulsa dentro da pele
E viver é maior de todas as coisas
Assim sonho
E se sonho é porque o sentimento tem pressa
Porque sonho, todavia, tenho alguma possibilidade!