PONTE DE MADEIRA.

Geme alto

Sofridos gemidos

Como uma boca cheia

De dentes que rangem

Mastigando às horas

Nas noites de pesadelo;

- A ponte

Senhora solitária

Nua-sua pele ressecada

Ainda aflora a madeira nobre

Que fôra um dia;

- Sucupira foi árvore;

- Bela, jovem, namoradeira,

De flores azul-violetas

E frondosa cabeleira.

E veio

O tempo- a serra- à morte-a evolução.

- A ponte,

Hoje anciã-solitária-anseia,

- Que venham às tormentas!

E poder flutuar-boiar-descer

Sobre ás águas,

Naufragar.

Maceió, 19 de Fevereiro de 2015.

(poesia escrita em 01.04.2014).

Geo Santos
Enviado por Geo Santos em 19/02/2015
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