Só um Amaral...
Quem sou eu,
Amaral,
Senão Tarsila?
Drummond,
Pessoa,
Espanca,
Lispector,
Régio,
Todos
Estranhos;
De certo modo
Clichês (Mas que clichês!)
José?
Maria?
Quem liga...
E o Silva?
Esse que não nasceu pra ser artista!
Deveras ser um bom moço
Devoto a Jesus Cristo,
Um cidadão de bem.
Alguém que nasceu
Na sarjeta do tempo
Junto a seus irmãos coelhos
Gozados pedreiros
Já nas entranhas das vermes
Eu que fui forjado no Olimpo
Eleito o portador do infinito
A luz, o céu e todo o abismo
Princípio e fim de todas as coisas
Eu que sou floricultor de multiversos
Sobre o inverno quando em cores turvas
Invade o tempo sob faces mudas
Enraizando em uns verões amarrotados
Que sou o próprio pecado
A ética e toda a virtude!
A inexprimível vontade de viver,
O amor
Acabar no fim,
Justamente no enfim
Na ultima linha da melodia
Em heterônimos de Tarsila?
(...)
Realmente,
Preciso mudar meu nome no cartório;
Qualquer Kowski que contraste pós a morte
Acho que vai...
Quanto a essa poesia:
No fim, é outra enfim,
Obra de Tarsila
Que continua sendo ela
Só que agora, poetisa...
- Berserker Heart (Lucas Amaral)