REFORMA ÍNTIMA

Despertei com uma ponta de tristeza no olhar.

No soalho da alcova, o chamego dum ir e vir

Intermitente de operárias que veem o porvir

E fazem do presente a sensata provisão do lar.

Sentei-me à beira da cama. A mente encardida.

Uma vez mais observei a faina que era intensa

E me perguntei a mim: Por que esta indiferença?

Por que me permito abandonar dos dons da vida?

O pensamento insistia. Aos meus pés o exemplo.

Grossas lágrimas banhavam alhures meu senso

E era urgente que a metamorfose se instalasse...

Busquei o espelho. Olhei para mim. Vi saúde.

A partir dali a vergonha engalfinhou-se amiúde...

Dei desgosto à preguiça e me encarei com classe!

De Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 16/02/2015
Código do texto: T5139147
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