QUANDO NÃO ESTÁS !
Quando não estás,
as horas são correntes
pesadas que se arrastam
na vida...
O tempo hoje parece
não ter fim... o dia
não passa e não traz
noite nem descanso...
Quando não estás,
não tenho coração
para o amor...
Tenho um velho
motor quase parado
sem alento...
Não tenhos olhos
de ver, mas olhos
de criar: córregos
e lagos...
Não tenho boca
de falar, beijar...
mas de vomitar
líquidos amargos...
Quando não estás,
as árvores lá fora
não mais esperam
pássaros... nem
para tristeza,
nem para alegria...
As flores não recebem
beija-flores...
Insetos não se acasalam
nas frestas...não há latidos
nas ruas, nem miaus
no telhado...
Lá fora tudo fica
parado, quando
não estás...
Quando não estás,
aqui dentro a casa
se sente retraída,
as paredes quase
sem vida, mofam
e transpiram dor...
As cadeiras rangem
comovidas, a cama
largada, estendida
chora sem teu carinho...
Os talheres agora
sem afazeres, não
sabem mais para
servem e não
querem fazer
nada...
Quando não estás
parece que tudo
morre... então
uma questão
me ocorre ...
Quando virás,
fazer este cosmos
girar... e minha
vida renovar...
fazer minha vida
de novo viver...!?
Poema inspirado ouvindo um a canção de ANDRÉS CALAMARO