QUANDO NÃO ESTÁS !

Quando não estás,

as horas são correntes

pesadas que se arrastam

na vida...

O tempo hoje parece

não ter fim... o dia

não passa e não traz

noite nem descanso...

Quando não estás,

não tenho coração

para o amor...

Tenho um velho

motor quase parado

sem alento...

Não tenhos olhos

de ver, mas olhos

de criar: córregos

e lagos...

Não tenho boca

de falar, beijar...

mas de vomitar

líquidos amargos...

Quando não estás,

as árvores lá fora

não mais esperam

pássaros... nem

para tristeza,

nem para alegria...

As flores não recebem

beija-flores...

Insetos não se acasalam

nas frestas...não há latidos

nas ruas, nem miaus

no telhado...

Lá fora tudo fica

parado, quando

não estás...

Quando não estás,

aqui dentro a casa

se sente retraída,

as paredes quase

sem vida, mofam

e transpiram dor...

As cadeiras rangem

comovidas, a cama

largada, estendida

chora sem teu carinho...

Os talheres agora

sem afazeres, não

sabem mais para

servem e não

querem fazer

nada...

Quando não estás

parece que tudo

morre... então

uma questão

me ocorre ...

Quando virás,

fazer este cosmos

girar... e minha

vida renovar...

fazer minha vida

de novo viver...!?

Poema inspirado ouvindo um a canção de ANDRÉS CALAMARO

Alkas
Enviado por Alkas em 15/02/2015
Reeditado em 16/02/2015
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