Encontrar-se

Pra ser sincero não espero,

Tento seguir em volta aos passos,

Ser diferente, ser comum, normal.

Não, não, normal não é bom,

Bom as vezes é mal,

E mal nem sempre é legal.

Essa arte banal de viver,

É encantadora e doentia,

Regras determinadas, esperanças retoricas

De uma vida que já se fora.

Desencarne, ó alma encontrada,

Perca-se desenfreada e siga,

Sem rumo, sem lar e sem vida.

Encante-me com teu espirito livre,

Faça perder-me em ti,

E quem sabes um dia talvez,

Possa desencarnar-me como ti,

Que um dia fora a mais bela das artes.