Meu caminho sou eu
Em meio ao meu caminho
Eles apareceram com certa irreverência,
Dizendo-me: "Vem por aqui."
Estendendo-me os braços
Dizendo que seria bom que os ouvisse.
Havia certa ironia nos seus olhos.
Querem criar a desumanidade em mim!
Mas eu recuso-me a acompanhá-los.
Eu vivo sem-vontade.
Só vou onde meus passos vão.
Não irei com vocês!
Prefiro os caminhos complicados,
Os becos lamacentos,
Os buracos sangrentos,
Os farrapos das roupas,
Os pés rachados...
Vim ao mundo para explorar esta terra sofrida.
Para desenhar-me como humano neste deserto inexplorado!
Por mais que eu faça, não vale nada!
Os meus impulsos insurgem para eu lutar.
Ultrapasso os meus obstáculos!
Nas minhas veias brota o sangue dos meus avós.
Amo os abismos, a escuridão, os desertos...
Eu tenho a minha loucura!
Tenho uma estrada a percorrer.
O longe me espera,
Desfaço as miragens cinzentas.
Não tenho pátria!
Não tenho filosofias, regras, sabedoria...
Muito menos tratados e religiões.
Eu sou meu próprio guia,
Não tenho intenção de ser alguém.
Ninguém me dê piedade!
Muito menos me peçam definições.
Não quero ninguém me dizendo: "Vem por aqui!"
Minha vida está leve , a procura do vento.
Uma onda me leva e eu gosto de ficar à deriva.
Sou uma partícula de átomo em meio a vós.
Não sei o que sou,
Não tenho nada,
Não sei aonde vou,
E se vou chegar.
Só sei que não irei segui-lo.
Meu caminho sou eu!